Uma tradição que ano após ano se renova para levar uma mensagem de esperança, amor, paz, solidariedade e humanidade. Assim, é possível definir o grupo de Papais Noéis, que há 45 anos, se reúne, no sábado anterior ao Natal para percorrer a cidade, num caminhão, e entregar balas para as crianças nos bairros mais pobres de Erechim. Neste ano, foi no dia 20.

Segundo Marco Antônio Flores da Silva (Neko Flores), que é um dos participantes mais antigos do grupo, junto com Albino Parenti (Bino Parenti), a ideia surgiu nos anos 1980 com Dilgai Parenti, esposa de Helly Parenti, e mãe do Bino.

Neko conta que foi convidado para participar do grupo de Papais Noéis nos anos de 1990, desde então, segue a tradição. “Estou há 35 anos. A primeira vez, os Papais Noéis saíram num jipe distribuindo doces e balas. Hoje, o grupo sai da minha casa, num caminhão, dá uma volta no centro e depois circula os bairros mais pobres de Erechim entregando somente balas”, conta.  

Ele comenta que o grupo está se renovando, ano após ano. “Dos anos 2000 para cá, diminuiu muito a turma antiga, que tem somente o Bino e eu, e, mesmo assim, saímos sábado em 20 Papais Noéis. O meu filho também participa do grupo há uns 15 anos”, afirma.

O grupo de Papais Noéis faz algumas paradas e desce do caminhão. “A gente só entrega balas, atualmente, neste ano, foram em torno de 300 quilos. Pela primeira vez, foi uma ideia da minha esposa, colocamos elas em saquinhos, fizemos cerca de 3 mil unidades com produtos da Berbau, que nos ofert ou as balas”, observa.

O grupo se reúne de manhã, na casa do Neko, há uns 30 anos, faz um pão com linguiça, limpa, organiza tudo, faz uma oração e sobe no caminhão. “Saímos às 15h 30 e voltamos às 20h30 e, na maior parte deste tempo, circulamos nos bairros, principalmente, os mais pobres de Erechim”, ressalta. Ele acrescenta que a receptividade das crianças é muito boa.

Neko ressalta que a última parada é no chafariz, na Praça da Bandeira, no centro de Erechim, onde está tendo a programação de Natal do município e há muitas famílias. “É muito emocionante, as mães trazem as crianças para tirar uma foto, falar com o Papai Noel”.  

Ele enfatiza que muitas pessoas já passaram pelo grupo de Papais Noéis, mas a essência e o propósito da turma se fortalecem e a tradição se mantém. “É uma coisa linda e emocionante. É muito gratificante pra todos nós. É uma felicidade muito grande, tem pessoas que choram no caminhão de satisfação. Alguém disse sábado, o Papai Noel para estas crianças vai vir, somente, hoje, e somos nós no caminhão”, conclui Neko.