Sol e Chuva. Chuva e Sol
Sol e chuva, chuva e sol. “Chuva e sol, casamento de espanhol. Sol e chuva, casamento de viúva”. Este era apenas um dos trocadilhos que usávamos nos bons tempos de crianças, quando éramos felizes e, melhor, sabíamos que éramos. Hoje! Bem, hoje os tempos são outros, feliz ou infelizmente.
Saudades dos bons tempos de criança e das brincadeiras sadias e dos trocadilhos que usávamos como a do lide acima, quando o sol e a chuva brincavam de esconde-esconde. “Nunca antes, na história deste país”, frase esta alcunhada pelo “distinto” cidadão, que foi liberado sub-repticiamente do xilindró e conduzido ao Planalto. E, depois da chuva e sol, sol e chuva; vinha o arco-íris sobre o qual dizíamos ser um sinal da aliança de Deus com os homens.
Ainda, já há dias nós atingidos pela tempestade de granizo fixamos os olhos no céu pedindo clemência que não chova, enquanto temos nossos telhados cobertos provisoriamente por lonas expostas aos ventos. Menos mal, que nós não pensamos apenas em nossos telhados, mas torcemos para que os vizinhos também resolvam os seus problemas. Já, o chefe-mor municipal quer que, por ocasião do Natal, não vejamos ou tenhamos mais nenhuma lona preta ou de outra cor estendida sobre as residências. A má notícia é que a coleta de todos os escombros, apesar dos esforços, não acabará tão cedo, infelizmente.
Também, voltando aos tempos de infância e de adolescência lembro-me dos banhos no rio Napoleão, o maior dos três córregos que deu origem ao nome Três Arroios quando costumávamos arrefecer-nos dos calores do verão. O temido poço 7. O poço 5, o 3 e, o dos patos, - este para quem não sabia nadar. Para os frequentadores do primeiro, não muito extenso, mas profundo, havia uma restrição, uma espécie de extensão sob os olhares vigilantes das freiras, (irmãs franciscanas do saudoso e imponente Colégio Nossa Senhora de Lourdes construído em madeira).Sempre havia um “traidor” delator que entregava para as freiras o nome dos nadadores do poço 7. Uma das expiações recebidas, em troca, era escrever dezenas de linhas no caderno de caligrafia, (que hoje faz muita falta), a seguinte pena: “Não devo tomar banho no poço Sete”. Castigo, ou não o resultado que muitos dos meus colegas da época treinava-se o manuscrito, (caligrafia), e não a cacografia, a regra geral nos dias atuais.
E, dentre tantas brincadeira sadias da minha época, obviamente o futebol era a principal diversão praticada desde criança. Jogávamos de pés descalços, sempre enfrentando a época das temidas rosetas. Alguns mais abastados, como o Joãozinho Giacomini o qual dizia “não jogar nada”, mas ostentava chuteiras e uniforme. Obviamente, mais tarde como adolescentes e jovens a situação viria a melhorar.
Retornando ao título do texto oxalá, tivéssemos mais vezes chuva e sol, sol e chuva com o arco-íris para alegrar-nos e não as intempéries que provocam tanta preocupação e destruição quando o vento, a chuva de granizo e outras manifestações climáticas ocorrem aqui, lá, acolá e pelo mundo afora. Não resta dúvida que a natureza esta se rebelando contra o homem que não a tem tratado como Deus, o Criador pediu que fosse feito. “Crescei e multiplicai-vos. Dominai e povoai a terra”. Não destruí-a como infelizmente estamos fazendo, praticamente todos nós, sem exceção, de uma forma ou de outra todos deixamos as nossas pegadas deletérias de carbono, tendo sempre como princípio as vantagens pessoais. Basta ver que, em muitas famílias de três pessoas há um carro para cada uma.
Enquanto isso, as diversas Conferências sobre o Clima, na prática têm pouco efeito. São muito mais reuniões formais entre líderes de alguns países, como ocorreu na COP 30, cheia de boas intenções e assinaturas e de protocolos, porém de pouco efeito prático. E, pior, devemos nos acostumar com os infortúnios provocados pelos fenômenos climáticos que, se repetem como nunca antes estávamos acostumados com eles. Dizem que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”. Será verdade?